24 janeiro, 2005

Temor e esperança (a questão da continuidade)

Meus filhos serão bons, assim espero, assim quero acreditar. Pelo menos em algum momento do dia penso neles. Não imagino o rosto, não tento adivinhar a voz, nem tenho um pai para eles. Apenas sinto a futura existência sem ao menos conseguir quantificá-la. Tento sempre procurar a origem dessa vontade, que não parece minha, nem de ninguém (talvez seja deles, dos próprios filhos).
É rápido, sai como um soluço, mas não de choro, e sim, de fome pela continuidade. Às vezes acredito que seja por instinto somente, às vezes por solidão, ou por arrependimento. Uma tentativa de corrigir os próprios erros antes que eles aconteçam novamente. Pretensão a minha de achar que tudo será igual. Ainda bem que não. Começo a crer que minha maior satisfação será encontrar na diferença as qualidades que não tenho e acrescentar as que descobri.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

vc devia ler um livro chamado Terra dos homens, do Saint-Exupéry (o carinha do pequeno príncipe), q eu li inclusive por recomendação da sheila...
nele le dá uma ótima razão para termos filhos: dar continuidade a nossa misera existência na terra, ter a sensação de q nós ñ passamos por aqui em vão: algo permaneceu.
acho q vc vai gostar
Bejão
Allan
B-D

1:53 PM, janeiro 24, 2005  
Blogger Alan said...

Então. Muito legal mesmo esse post. Original.

O problema da descendência: o homem acredita na individualidade mas as forças coletivistas da espécie são fortes. Os genes, sempre eles.
Valeu pela reflexão.

Beijos,

12:00 AM, janeiro 30, 2005  
Blogger Madame P. Mandrack said...

Xuxu (para os demais leitores: sei que é chuchu,só que o dele é com X), há muito falamos do livro que Sheilinha te aconselhou e que você leu. Pode deixar que lerei.
Alan,
De vez em quando tenho dessas reflexões, concordo contigo. Que bom que gostou.
beijos para os dois

8:01 PM, janeiro 30, 2005  

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