13 março, 2005

No meio do caminho havia uma menina Havia uma menina no meio do caminho

Sentada em um caminho de pedra uma menina olhava o curso da vida. Essa menina olhava e não tomava rumo pelo caminho. Quando precisou seguir, parou. Quando precisou escolher, voltou-se para dentro de si, num aconchego que criara para não sofrer. Era o desalento que temia. Era a solidão que a espreitava. E no meio de tantas idas e vindas de sua frágil consciência, ela decidiu esperar. O esperar que não cobra, que não finge e que principalmente, lhe acoberta. Lhe acoberta por que acolhe seu medo e o disfarça, por que a deixa respirar.E assim o caminho de pedra era, uma espera materializada, pois estaria ali por tempos até que pudesse levantar e seguir. Até hoje ela está lá, pensando, pesando seus sentimentos e culpas por ali ter permanecido. Julgando sua covardia. Assim amou o caminho de pedra e o culpou, e o amou novamente. Arraigada ao rumo de seu receio, fixa seu olhar na escolha do próximo paralelepípedo a pisar.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

a sensibilidade gera introspecção.
a vida exige ação.
essa dualidade fere os pés e o coração.
que suas pedras sejam acetinadas é o que espero.
um beijo, filha.

5:42 AM, março 15, 2005  
Blogger Madame P. Mandrack said...

Oi mãe, vai virar assídua aqui.. bom!
Acho que a minha introspecção é sempre derivada de alguma necessidade, como a e de escrever, por exemplo. Temos que concordar que fora isso,sou extrovertida.

Realmente a vida exige ação, mas as vezes gostaríamos que a velocidade dessa ação diminuísse.

Não sei até onde as feridas chegam, ascho que ninguém sabe.

Cetim ou seda, nada melhor para uma perua como eu.

beijos

10:47 AM, março 15, 2005  

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