23 outubro, 2004

Teorias de um homem playmobil em crise

Qual o problema do lugar-comum? Lá, pelo menos, as pessoas se identificam. Concordo que no ordinário, mas se encontram. Nele há uma identidade tão ampla, que nela se protegem muitos perfis, valorizáveis ou não. Valorizar o lugar-comum só é ruim para quem não se satisfaz com sua comodidade, com o grupo de incógnitos, ou seja, para quem gosta da solidão da originalidade. Afinal, os primeiros, ou os melhores, estão sempre solitários, entregues à batalha por sua permanência no campo da criatividade gratificante, ou melhor, da individualidade desconcertante. Sim, desconcertante, pois após certo tempo, te quebra estar excluído por mérito próprio, por uma vontade de sair do lugar-comum, tão acolhedor. Acolhedor, não por não impor a diferença, mas por disfarçar na massa, a mediocridade individual de cada um de seus componentes, pois todos, um dia, passam por isso. Assim é o lugar-comum, a camuflagem perfeita.
Em virtude de ser comum, o tal lugar não pode ser tão ruim. São muitos concluindo, refletindo, chegando a um mesmo ponto, quer dizer, o lugar-comum não é somente comum, é unânime, e isso é louvável. Realmente, o lugar-comum é muito bom, bastante econômico para quem acha que uma recessão se estende à maneira de se olhar numa sociedade onde o individual sobressai numa igualdade disfarçada. Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum.

1 Comments:

Blogger Alan said...

Rita, eis meu icq: 255292049
Te passo as instruções de como colocar os links.
Bjs

12:22 PM, outubro 23, 2004  

Postar um comentário

<< Home