Afluente
No peito batia a calma.
No sangue corria a água.
Enterrou os pés no lodo
E fincou a alma no rio.
Fixou os olhos no reflexo,
Quis lembrar do passado.
Tentou sorver dele a razão,
A última certeza, o que não precisava.
Mas o vento lhe puxava os cabelos,
E cada vez mais o vestido molhado pesava.
E tudo que era seco e da terra lhe importava menos,
A consciência de que era permeável, revelada.
Firmou os joelhos nos seixos,
Projetou a mente para fora,
Suspirou o alívio restante
E molhou todo o vestido.
O tecido florido corria pelo rio
E a água balançava seus cabelos,
E tudo que lhe envolvia era zelo,
Mas não fez sua mente voltar.
3 Comments:
Muito bom o poema... Novos horizontes?rsrs
Parabéns! Bjx
Tive coragem e coloquei uma poesia minha, mas acho que a maioria delas é ainda muito imatura. Comecei escrevendo poesia aos quinze anos e só aos dezessete escrevi meu primeiro conto. Acho que eu sou "menos pior" na prosa; enfim, o fato de você ter gostado já é um incentivo. Obrigada.
Beijos,
Rita
Aposto que vc se inspirou num filme... É aquele com a Nicole Kidman que vimos na sua casa???
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